“Qual o plano, Raiden? Para onde vamos?” – pergunta Edu enquanto vestem os mantos dos Sacerdotes Negros derrotados, para se disfarçarem. O deus do trovão olha para o horizonte em duas direções, tentando se lembrar de quando esteve pela última vez na Exoterra, provavelmente há muito tempo. Ele explica que estão no Portal Norte, no Monastério Maligno das Terras Altas de Outworld. Eles precisam ir até a Fortaleza de Shao Kahn na capital, no hemisfério oriental e é uma longa viagem e impossível de ser feita toda a pé, devem ir pelo ar ou pelo mar. À leste ficam as ruínas de Edenia, outro reino conquistado por Kahn e onde podem pegar um navio no porto do Mar de Sangue. Ao sul fica Lei Chen, nas cordilheiras de mesmo nome, onde podem pegar um dragonfly: embarcações voadoras que cruzam a Exoterra em cidades estratégicas como a capital. O grupo opta pela segunda opção, então iniciam a jornada para o extremo sul.

Raiden explica que é uma semana de viagem mesmo para atletas como eles e que terão de atravessar zonas perigosas como os Campos Carmesim, onde bandos de centaurians caçam, e as Dunas Rolantes, onde beduínos Tarkatânas assaltam viajantes. Após o resto do primeiro dia viajando, já exaustos, o grupo monta acampamento à beira da estrada, já vendo os Campos Carmesim ao longe. Kiet caça alguns perdizes para o grupo e enquanto esfola os animais, Raiden conta as histórias da conquista de Edenia pela Exoterra matando o rei Jerrod, levantando suspeitas de que Kitana não seja filha legítima do imperador. O deus do trovão fala também do ritual de sacrifício feita pela rainha Sindel que aprisionou Shao Kahn em seu próprio mundo, impedindo-o de invadir pessoalmente outros reinos.
De repente, um viajante chama a atenção do grupo e Edu toma a frente. Seguindo as orientações de Raiden para passarem despercebidos, ele se apresenta como Mamaco, líder de um grupo de tecelões a caminho de Lei Chen. O viajante é Gillian, construtor das muralhas de Lei Chen que recomenda que não acampem por ali e sim no Outpost, uma estalagem perto dali, o que eles aceitam. Gillian comenta que eles se parecem humanos, o que eles negam já que ficam sabendo que humanos não são bem vindos no Outpost, principalmente Kano, o mais famoso da Exoterra.
O Outpost
Eles viajam juntos de Gillian usando nomes falsos como João (Raiden), Jaguar (Kiet) e Russo (Drago). Chegando na estalagem o taverneiro Ed quer cobrar 2 Koins, moeda típica da Exoterra, e eles percebem que não tem dinheiro algum. Drago percebe um mural na parede com um ranking de vencedores de uma tal Quebra de Braço e questiona se há prêmio em dinheiro para o vencedor, o que Ed confirma.
A Quebra de Braço é um esporte popular nessa região e é similar à queda de braço terrestre, mas terminando de forma mais violenta. O ranking ilustra nomes conhecidos como o campeão Goro, mas também outros como Kintaro, Motaro e Jotaro, um atleta frequente da modalidade e que por acaso estava ali esta noite e aceita o desafio de Drago. Enquanto que Jotaro aposta duas Koins, Drago aposta o seu manto de seda, confiante na vitória. Infelizmente, para a surpresa de todos, Jotaro consegue vencer o russo depois de uma acirrada partida, machucando o braço do mesmo que se deslocou no confronto.
Sem essa opção, Edu sugere a Ed que possa fazer algum serviço pra ele em troca de passarem a noite ali, ao que o taverneiro responde que as patentes precisam ser esvaziadas e limpas. O jovem cresceu na favela e já teve que fazer serviços bem desagradáveis, então acaba aceitando. Enquanto seus amigos vão dormir em um quarto fedido com camas de palha pinicando o corpo, Edu pega um balde, escova e um pequena pá para os fundos, nas patentes. Não foi necessário nem abrir a porta para saber a roubada que ele tinha se metido, já estava transbordando pra fora. Edu passaria as próximas horas tentando remover o excesso de dejetos e deixar o recinto minimamente utlizável novamente. Quando seu balde encheu, ele foi até a fossa nos fundos despejá-los quando reparou alguns gemidos de dor vindo do estábulo e resolveu ir investigar.
Abrindo uma fresta na porta do estábulo ele encontrou um enorme ser, meio homem, meio touro, provavelmente um centaurean que Raiden havia mencionado existir na região. Ele estava caído, todo ferido e com um olho estourado, um chifre partido, sangrando e entregue à própria sorte. Edu pega uns trapos limpos e molha na água para limpar os ferimentos dele, que a princípio não quer ser ajudado mas não tem nem forças para evitar. Edu faz uma tala para uma das patas feridas e uma tipóia para um dos braços e se despede. O centaurian confuso pergunta seu nome, o que ele responde: Mamaco, e parte. Ed, o dono da estalagem, vê Edu saindo do estábulo e diz que não era pra ele se meter com aquele sujeito, que os “amigos” que fizeram isso deixaram ele ali. Edu dá de ombros e volta para limpar o restante antes que amanhecesse, na esperança de dormir um pouco.
Raiden fica preocupado com a demora de Edu e decide descer para ver como ele está. Ao retornar para as patentes, quando estava quase terminando, chega um cliente do bar para usar o banheiro que Edu limpava. Ele é um humanóide alto e muito musculo, com a pele pálida cheia de espinhos nas extremidades, orelhas pontiagudas e presas muito protuberantes em uma bocarra que vai de orelha a orelha. Ele veste uma armadura de couro, mostrando que é alguma espécie de militar. Extremamente mal educado, ele suja o chão que Edu limpava com suas botas sujas e o empurra para o lado para usar a patente. O capoeirista respira fundo e não revida, o que deixa Raiden orgulhoso, que o observava.

Após usar a patente fazendo com que Edu tenha de voltar nele, ele pede o manto do brasileiro para limpar a bunda, o que ele recusa mas lhe alcança um balde com água antes do monstruoso guerreiro tentar arrumar briga com ele. O guerreiro se limpa e sai do banheiro empurrando Raiden na saída. O empurrão faz Raiden dar de costas na parede, mostrando o quão fraco ele ficou após perder sua imortalidade para Shinnok e ainda estar se acostumando com o avatar mortal. Os dois sobem juntos ao quarto, com Edu fedendo tanto que Kiet decide ir dormir no corredor com a desculpa de ficar de guarda.
Os Campos Carmesim
No dia seguinte eles acordam cedo para ir embora e na saída descobrem que Gillian já partiu, deixando um recado que eles deveriam mandar um alô dele para Zeffeero, líder de Lei Chen. Quando os presentes sentem o cheiro forte de Edu, todos param para olhar e o monstro da noite passada vê Kiet sorrindo, como de costume, e questiona se ele não é um mestiço de Tarkatan, a mesma raça dele, perguntando o nome de seu pai. Kiet incomodado com a comparação recusa a interação e partem.
Deixando o Outpost para trás, o grupo caminha sob sol forte pelos Campos Carmesim. Uma terra com vegetação rasteira e seca e chão de terra vermelha, faltando pouco para não se tornar um deserto. Raiden não se sente muito bem após algumas horas caminhando sob sol forte, que castiga a todos. De repente, eles sentem vibrações no chão e uma nuvem de poeira ao longe demonstra que uma manada de algum animal grande está a caminho, então resolvem se esconder. Para azar de Edu, o cheiro extremamente forte de fezes que ele exala impedem a sua ocultação completa e ele acha melhor ficar à mostra, até mesmo para ajudar seus amigos a se manterem ocultos.

Não demora e o tremor fica mais forte e a nuvem de poeira se transforma em um grupo de meia dúzia de centaurians monstruosos que vem na mesma estrada, na direção contrária. Eles são bem semelhantes ao centaurian que Edu encontrou no estábulo ontem e embora a maioria simplesmente passe por ele desviando por pouco, um decide não ignorar aquele curioso viajante de pele escura no meio da estrada e pára para questioná-lo. O centaurean é alto, muito musculo e tem a pele escurecida pelo sol. Seus chifres despontam das laterais da cabeça e dos cotovelos. Ele usa um colete de couro e carrega um machado nas costas
Edu se apresenta como Mamaco, tecelão a caminho de Lei Chen. O centaurean pede o seu dinheiro, mas na falta dele, aceita o manto de sacerdote que ele vestia e questiona porque ele cheira a centaurean. Edu explica que encontrou um no Outpost e o centaurean menciona conhecê-lo, que ele merece estar sofrendo e vai embora depois de verificar que o capoeirista não representa ameaça. Quando o bando se junta e estão distantes, o Dream Team se reúne novamente e segue viagem por mais algumas horas, até acontecer o inesperado: Raiden acaba desmaiando pelo clima severo e é acudido por Kiet, fazendo com que decidam fazer uma pausa para almoçar.
Essa parte é mais desértica ainda pois estão quase nas Dunas Rolantes. Kiet caça alguns calangos para almoçarem enquanto que os demais fazem uma fogueira para assá-los e Raiden se recupera u pouco. O sol é forte e Kiet também não está se sentindo muito bem, tanto pela desidratação, má alimentação e jornada exaustiva pelo qual estão se submetendo. Depois de descansarem um pouco eles levantam acampamento e encontram um rio algumas horas mais adiante, onde conseguem acampar para passar a noite, além de se hidratarem e caçarem uma enorme cobra constritora. Do outro lado do rio é possível ver a Floresta Viva se mexendo e dão graças por terem optado por outro caminho.

De repente eles notam uma jangada descendo pelo rio. Sobre ela, um homem barbudo e gordo porém forte, guia com um imenso bastão. Eles questionam o que ele faz no rio e ele menciona que é um vendedor e que está indo buscar mais suprimentos para vender em Lei Chen. Com a situação atual da cidade sitiada, os preços subiram bastante e ele está muito feliz. O homem tem provisões na jangada e Edu pensa em saqueá-lo pois ele parece conseguir viajar muito mais rapidamente pelo rio, mas decide não fazê-lo pois lhe parece errado. O inimigo deles é o imperador destas terras, não seus habitantes.
As Dunas Rolantes
Na manhã seguinte eles levantam acampamento e seguem costeando o rio o máximo que podem, até que chegam nas Dunas Rolantes: um enorme deserto de dunas com algumas poucas piscinas naturais. Com a fraqueza de Raiden, Edu tem liderado o grupo seguindo as orientações do ex-deus. No final da manhã eles páram novamente para comer outro animal do deserto e se hidratar com água de cacto quando ouvem um pedido de ajuda. Ao que parece, uma beduína perdida está no alto de uma duna distante chamando eles em um idioma incompreensível. Edu parte para ajudá-la e Drago vai logo atrás. Raiden diz que pode ser uma armadilha, que tem muitos ladrões no deserto, então Kiet permanece mais distante, entre eles e Raiden que ficou no acampamento cuidando da comida.

A moça está toda envolta em panos que lhe cobrem da cabeça aos pés, e corre descendo a duna até ficar presa em um buraco no areia. Edu vai atrás dela sem entender nada e lhe estende a mão para que ela saia do buraco. Quando ela segura sua mão em resposta, ele pode ver seus olhos amarelos brilharem maliciosamente por trás dos tecidos e com um sorriso cheio de presas à mostra ela faz com que garras saltem de seu antebraço em direção à Edu, que consegue se desviar mesmo sendo pego de surpresa. Atrás dele, Drago avança para ajudá-lo quando dois outros monstros saltam da areia à sua frente e o atacam também com garras nos antebraços. Ao que parece, são da mesma espécie que Edu conhecera na noite anterior, os tarkatâns que Raiden mencionou que moravam no deserto.

Edu e Drago estão em menor número então Kiet corre para ajudá-los, quando de repente ouve um grito de Raiden: o grupo era uma distração para outro ladrão roubar seus pertences. Pego de surpresa pelas costas, o ex-deus do trovão foi trespassado pela lâmina do tarkatan atravessando até sua barriga e sendo derrubado inconsciente e sangrando no chão. Edu e Drago não tem dificuldade em derrubar dois dos tarkatans e fazer o outro fugir, enquanto que o assassino de Raiden roubou a comida deles e fugiu também.
Kiet presta primeiros socorros rapidamente enquanto seus amigos saqueiam os corpos dos tarkatans derrotados, achando algumas Koins. Raiden está à beira da morte por causa da perda excessiva de sangue com a sua saúde já debilitada pela viagem. Eles estão há poucas horas de Lei Chen, já dá para ver a cordilheira de mesmo nome ao longe no horizonte, então levantam acampamento rapidamente e correm com o amigo desacordado nas costas. Correndo sem parar, eles chegam até as altas muralhas da cidade somente à noite, impedidos pelos guardas do portão de entrar em um primeiro momento.
A cidade de Lei Chen
A cidade está fortemente preparada para um conflito iminente, o que condiz com o que ouviram do jangadeiro. Os guardas só os deixam entrar após verem que não são monstros e que não estão armados. Kiet conta a mentira de que é amigo de Gillian, o construtor e que tem uma mensagem para Zeffeero e eles o conduzem até a residência do senhor feudal, enquanto que Edu e Drago levam Raiden até Baba, a curandeira da cidade para que o salve antes que seja tarde.

A cidade é toda pavimentada com a mesma pedra das muralhas, retiradas das montanhas e que também é usada para construção das casas, mantendo apenas os telhados com aspecto oriental. É uma cidade pequena para padrões modernos, do tamanho de um bairro, mas grande para os padrões da Exoterra, que é um mundo mais medieval. A cidade é organizada em ruas e quadras e não é difícil achar a casa da curandeira.
A senhora pequena, curvada e muito idosa, coloca a mão enrugada e comprida sobre a testa de Raiden para medir a sua febre enquanto questiona seus amigos sobre as características do atacante e condições do ataque, misturando medicina e superstição no tratamento caseiro. Ela diz não ter todos os medicamentos necessários para tratar uma infecção por tarkatân e escreve em um pergaminho uma lista de itens, para irem buscar com Panorama, o boticário da cidade.

Enquanto isso, Kiet é levado até Zeffeero pelos guardas, que o acordam as pressas já que qualquer informação sobre a muralha construída por Gillian é muito importante. Kiet mente que eles devem revisar a muralha em busca de brechas e fissuras que possam ser usadas pelos invasores conforme o construtor teria recomendado. Zeffeero dá a ordem e as buscas começam, comentando que depois que se desentendeu com Shao Kahn por causa dos impostos abusivos, ele tem atacado a cidade com bandos de tarkatans e ameaça cortar sua cabeça a qualquer momento. Ele agradece a mensagem e lhes fornece o direito de permanecerem na cidade para tratar seu amigo ferido.
No boticário, o ancião que é ex-marido da curandeira, entrega algumas gazes, curativos e unguentos que ela pediu mas diz que a Flor de Sangue ele não tem, enquanto que recebe as Koins que eles pegaram com os tarkatans. Ele explica que essa flor cresce apenas nas Montanhas Lei Chen, na Toca dos Besouros mas que está sempre em falta pois quase ninguém consegue pegar porque os besouros que infestam o lugar são carnívoros. Eles se reúnem novamente e partem para as montanhas, mesmo à noite, para que Shinnok não leve mais um de seus companheiros.
Na saída, os guardas querem demovê-los da ideia porque os últimos grupos que foram até a Toca dos Besouros, onde era antes um antigo templo do Cavaleiro da Morte, não voltaram. Quando questionados porque os grupos iam até lá eles comentam que é por causa da lenda do Machado de Thor, o tal cavaleiro, que seria um artefato mágico muito poderoso. Eles tranquilizam os guardas dizendo que não estão atrás de artefatos, apenas de uma flor e que logo estarão de volta.
As Montanhas Lei Chen
Os heróis viajam madrugada adentro rumo às montanhas e no caminho percebem batedores tarkatans espionando a cidade. Eles partem para cima deles os pegando de surpresa. Um batedor inclusive usa uma corneta para pedir reforços mas mesmo com reforços não conseguem conter os campeões do Mortal Kombat. Por fim, dois deles conseguem fugir ameaçando de avisar o líder deles. O grupo consegue mais algumas koins e um cantil junto aos corpos e seguem viagem.
Já está amanhecendo quando eles chegam no templo e Kiet fica na porta de guarda, enquanto que eles entram. O templo do Cavaleiro da Morte, atualmente chamado de Toca dos Besouros, faz juz à sua fama. Outrora um templo movimentado, em homenagem a um grande herói da Exoterra, ainda possui muito da sua beleza em blocos de pedra grandes e cinzas, janelas de um quartzo vermelho adornadas com símbolos de besouros que mais parecem aranhas. No centro da câmara principal, um obelisco de quartzo ostenta o símbolo do Cavaleiro da Morte e os vitrais falam de suas façanhas, sempre acompanhado de seu poderoso machado.

Mas a fama do templo não é apenas pelo falecido que ali jaz, mas também pelos novos habitantes: Besouros de Sangue. Eles estão por todo lado, aos poucos sendo intimidados pela luz do amanhecer que entra pelas janelas, escondendo-se em jarros, frestas e muitos descendo por uma porta parcialmente quebrada que leva para um andar inferior através de escadas. Outras duas portas residem ali na câmara, com uma delas levando para uma capela mortuária onde um enorme túmulo esculpido em pedra está à frente de um altar com oferendas. Drago pega algumas Koins para si enquanto que Edu abre a tampa do túmulo para ver o que tem dentro e se surpreende ao descobrir uma estátua de pedra. Ao que parece, é apenas um túmulo simbólico, o verdadeiro Cavaleiro da Morte não está realmente enterrado ali, o que provavelmente deve ter decepcionado outros invasores antes deles.
Eles vasculham as duas primeiras câmaras atrás da dita Flor de Sangue, mas nem sinal dele o que de certa forma faz sentido já que ela estaria na toca dos besouros e eles ainda não foram tão fundo. Antes de descer ao subterrâneo do templo, eles sobem as escadarias que dá acesso aos fundos da montanha, com uma vista incrível para o oceano em uma clareira usada no passado para rituais ao ar livre. Lá embaixo, é possível ver uma cachoeira saindo da face da montanha antes das águas golpearem fortemente muitas pedras na costa pedregosa.
A Toca dos Besouros
Eles voltam à câmara principal e descem pela escadaria que leva aos subterrâneos do templo. Conforme eles descem, a umidade nas paredes aumenta e a quantidade de besouros também, tornando quase impossível não esmagar alguns conforme a luz vai ficando cada vez mais fraca. A dupla trouxe tochas com eles, dadas pelos guardas, mas ao acender uma delas para ver melhor, os besouros os atacam e eles são obrigados a soltar enquanto centenas deles destróem a tocha caída no chão mesmo às custas de suas vidas. Antes da luz se esvair, eles percebem que ao final das escadarias tem uma câmara menor que a primeira, tomada por insetos, provavelmente a sua toca.
Eles descem mais um pouco e começam a sentir o cheiro forte de cadáveres em decomposição, misturados com cheiro de mofo e cogumelos. Ouvindo com atenção, também é possível notar a pulsação de algum insetóide imenso vivo lá dentro. Edu acende outra tocha e arremessa na câmara, para verem melhor e talvez ele dormisse melhor aquela noite se não tivesse feito isso. A imagem é assustadora: pilhas e pilhas de cadáveres e esqueletos, cobertos de besouros de sangue em uma sala que parece um antigo dormitório. Ovos de besouro pendurados pelas paredes e chão e uma imensa rainha besouro prostada ao fundo tapando uma última passagem. Ela é imensa e do seu abdômem são expelidos os ovos que mantém a colônia em constante crescimento. O muco tóxico que sai junto, aliado à escuridão e à umidade por estarem próximo à nascente da cachoeira da montanha cria o cenário perfeito para o surgimento de fungos enormes ao seu redor, as Flores de Sangue.
A tocha cai sobre besouros que se afastam mas logo retornam ante o comando da rainha que apesar de parecer cega, sente o calor e o perigo, ordenando que destruam a fonte de luz. Edu e Drago correm dali antes que ela ordene a morte deles também e no caminho da saída não encontram Kiet mais, que deveria estar de guarda na porta. Sinais de combate denotam que possivelmente ele enfrentou inimigos ali, será que foi levado? Com raiva, eles derrubam o obelisco de quartzo que se desfaz em pedaços no chão, pegando duas pedras aparentemente valiosas que estavam no seu interior e rumam de volta para a cidade descansar, já que estão virados.
Na entrada da cidade um mercador de bebidas com uma carroça está tendo problemas com os guardas para entrar em Lei Chen. Drago e Edu reconhecem o mesmo homem da jangada, de dias atrás. Ele se apresenta como Bo Rai Cho. Os guardas comentam que a segurança foi aumentada pois a movimentação de um grupo grande de tarkatans nas proximidades indica que estão tramando algo. Após serem revistados, eles entram e vão ver como Raiden está, na casa da curandeira.
Ela comenta que o homem está delirando de febre e muito mal, que a infecção está se espalhando rápido e que sem a Flor de Sangue não tem como salvá-lo. Ele tem falado demais, dizendo que precisa salvar a Terra, que é uma espécie de protetor e coisas do tipo, inclusive na frente de Zeffeero que veio vê-lo mais cedo e agora quer falar com eles urgentemente. Ao ser questionada como sua mãe e avó faziam para coletar a tal flor, ela comenta que elas iam devagarinho e no escuro mesmo, para não alertar a rainha, que a senhora era muito boa de ouvido e se orientava bem no escuro com um soro de morcego que o boticário sabe fazer. Eles descansam um pouco e partem até o boticário pedir o tal soro, que ele lhes vende por mais algumas koins, o suficiente para que ambos fiquem 5 minutos com os ouvidos aguçados na próxima incursão na Toca.
Antes de partirem, eles vão até o ferreiro da cidade que lhes vende uma roupas pesadas de couro, que os locais usam para apicultura de Abelhas Assassinas, visando se protegerem da quantidade absurda de besouros próximos das flores. Com o sumiço de Kiet e nenhuma pista dele na cidade, eles decidem terminar essa missão primeiro antes de ir resgatar ele, provavelmente no tal acampamento tarkatan próximo dali. Ao deixarem a cidade, uma última vez à noite, os guardas avisam que eles sairão mas não conseguirão mais entrar, pois um de seus espiões sinalizou o avanço dos tarkatans liderados pela princesa Mileena, a caminho da cidade. Edu fica confuso, o que Mileena teria com os tarkatans para liderá-los?

Eles voltam para as montanhas Lei Chen e do alto, antes de entrar no templo novamente, enxergam o exército tarkatan avançando próximo dali, ao que parece a guerra vai começar na cidade a qualquer momento. Eles usam o Soro de Morcego que compraram e a Percepção deles se expande enormente, passando a se orientar como se possuíssem um sonar. Eles conseguem escutar até mesmo os passos dos besouros, os estralos da mandíbula da rainha conversando com eles e até o vento lá fora na rua. Eles descem calmamente o último lance de escadas e se aproximam da rainha, que percebe a sua sutil presença, mas que não consegue acertá-los com as suas lentas garras frente à agilidade dos lutadores.
Eles removem algumas flores que crescem próximo do abdômem cheio de muco dos ovos expelidos e partem dali removendo o excesso de besouros da roupa assim que chegam na câmara principal. Eles estão exaustos, já faz quase uma semana que deixaram a Terra e não descansaram adequadamente desde então. Mas ainda não é hora de descansar, agora eles devem voltar correndo para a cidade, mas pelas montanhas para tentar entrar pelos fundos, para salvar a vida de Raiden e depois ir atrás de Kiet. Isso sem falar que talvez tenham de ajudar os habitantes de Lei Chen contra o cerco dos tarkatans nesse meio tempo.
Mas isso somente no próximo episódio.