| Conspiração Total 
                        Capítulo XVIII: Um
                            Novo Começo 
                        
                             
                        
                            Índia, Tibete, 7 de Junho de 1994 
                        
                             
                        
                            "Eu fui desafiado para um torneio em Bruxelas, no dia 15. Meu oponente? Akuma.
                            Eu não sei bem o que ele quer, mas aceitei o desafio. Sakura e Ryu também vão. Mas
                            Chun Li já voltou para Pequim, pois Ryu vai começar uma nova jornada pelo mundo.
                            Eu quero que você esteja lá também, para assistir a luta. Até mais, meu amigo. 
                        
                            Kaneda Jones" 
                        
                             
                        
                            Iori já lia a carta pela terceira vez. Por mais que estivesse excitado pela chance
                            de reencontrar o amigo, temia pelo resultado da luta. Mas sabia que devia ir. Iori
                            chamou Jhalsim. Ia levá-lo. Ele precisava ganhar experiência, pois logo seria o
                            guardião do templo. 
                        
                            – Tem certeza disso, Sr. Iori? – perguntou Sally, a mãe de Jhalsim. 
                        
                            – Sim. Ele vai aprender muito. 
                        
                            – Oba! – gritou o jovem de 7 anos. 
                        
                             
                        
                            Iori pegou sua katana e sua uzi, recém adquirida. Ele pegou o garoto e foram para
                            a cidade, para pegarem um vôo para Bruxelas. Enquanto isso, em Londres, Hwoarang
                            lia uma carta idêntica. 
                        
                            – Muito interessante... 
                        
                            – O que foi, amor? – perguntou Cammy, saindo do banho matinal. 
                        
                            – Kaneda me mandou uma carta. Vai lutar em Bruxelas. 
                        
                            – Dia 15? 
                        
                            – Como sabe?! 
                        
                            – Eu também lutarei lá. Com Zangief. – ela sorriu. 
                        
                            – Pô, nem me avisou, heim... 
                        
                            – Ah, não fica bravinho, não. – Cammy beijou seus lábios. 
                        
                            – Humf... Mas estou preocupado. 
                        
                            – Por quê? 
                        
                            – Kaneda não é o oponente mais indicado para Akuma... Ele matou Bison com
                            um golpe! 
                        
                            – Seu amigo deve saber o que está fazendo. 
                        
                            – Tomara! 
                        
                             
                        
                            Bélgica, Bruxelas, 15 de Junho 
                        
                             
                        
                            Akuma foi muito procurado desde que matou M. Bison. Três empresários resolveram
                            organizar um torneio em Bruxelas logo que o encontraram. Akuma aceitou, e desafiou
                            Kaneda, o atual Grande Mestre dos Street Fighters. 
                        
                            Um estádio de futebol foi interditado. A luta aconteceria ali. O lugar estava muito
                            cheio. Iori se viu cercado por várias fãs, pedindo autógrafos para um dos homens
                            que ajudou a acabar com a Shadaloo. Após alguns minutos teve sua paz de volta. Sentiu
                            um tapa na cabeça. 
                        
                            – Ei! 
                        
                            – E aí, Iori? – disse Hwoarang. 
                        
                            – Fala, seu mala... O que faz aqui? 
                        
                            – Olhe pra arena. – apontou para Cammy. – Além disso, recebi uma
                            carta de Kaneda. 
                        
                            – É, eu também recebi. Ah, esse aqui é Jhalsim, o filho de Dhalsim! 
                        
                            – Oi, garoto! 
                        
                            – Oi, tio... – o menino era tímido. 
                        
                            – Acha que o Kaneda tem chances? – perguntou Iori. 
                        
                            – Sim... Mas estou com um mau pressentimento. 
                        
                            – Vira essa boca pra lá! – gritou Sakura, chegando com Ryu. 
                        
                            – Ih, 'tava bom! – brincou Hwoarang. 
                        
                            – E então, ainda bate em mulheres? Hahahahaha! 
                        
                            – Oi Ryu. Oi Sakura. – cumprimentou Iori. 
                        
                            – Oi. 
                        
                            – Oi. Oi, Hwoarang. – Ryu esticou a mão. – Ainda espero pelo dia
                            em que iremos lutar. – ele sorriu. 
                        
                            – Vejo que todos vieram! – disse Kaneda, que se aproximou voando. A
                            platéia toda se espantou. 
                        
                            – Fala, Kaneda! – disse Hwoarang. 
                        
                            – Tudo bem? Espero que tenha treinado muito nesse ano, pois logo pretendo
                            te desafiar. 
                        
                            – Pô, todo mundo quer esfolar o meu couro! Mas tome muito cuidado hoje, heim.
                            – ele ficou sério. 
                        
                            – Pode ficar frio. Tudo bem, Iori? 
                        
                            – Tudo, cara. Tem certeza disso que está fazendo? 
                        
                            – Ah, Iori, fica na sua! Ele vai vencer! – protestou Sakura. 
                        
                            – Assim espero. Tome cuidado. 
                        
                            – Tomarei. Mas não podia recusar um desafio. 
                        
                             
                        
                            Ele se afastou e entrou no ringue. Os amigos ficaram olhando, preocupados. Antes,
                            porém, aconteceria uma luta de iniciantes, a luta de Cammy e Zangief e só então
                            Kaneda enfrentaria Akuma. Logo Iori foi interceptado por um jovem rapaz. Vestia
                            uma roupa de Kung Fu, era magro e tinha curtos cabelos pretos. 
                        
                            – Oi, o senhor é Iori Hakushu, não é? 
                        
                            – Sou sim, por quê? 
                        
                            – Olá, meu nome é Jean LeMonte. Eu sei que o senhor é um herói e ajudou na
                            batalha contra a Shadaloo. Eu preciso muito da sua ajuda! – disse ele, aflito. 
                        
                            – Ajuda...? 
                        
                            – Sim. Eu sou aluno do grande Mestre Xaudo, o último mestre do Majestic Crow
                            Kung Fu. Eu preciso muito da ajuda de vocês para protegê-lo. 
                        
                            – Isso está muito estranho... 
                        
                            – Vai lá, Iori! – disse Hwoarang, sorrindo. 
                        
                            – E o senhor é Hwoarang, Guerreiro Mundial, não é? – perguntou Jean,
                            se virando para o coreano. 
                        
                            – Sou sim... Vai dizer que quer minha ajuda também? 
                        
                            – Se o senhor puder ajudar... 
                        
                            – Tudo bem. Vamos, Iori? 
                        
                            – Vamos sim. Vocês vêm, Sakura e Ryu? 
                        
                            – E o garoto, vai ficar com quem? – perguntou Ryu. – Deixe-o aqui
                            que eu cuido dele. 
                        
                            – Tudo bem... E você, Sakura? – tornou a perguntar Iori. 
                        
                            – Eu ficarei. Se esqueceu? Kaneda vai lutar com Akuma! 
                        
                            – Vamos Iori, ela não vai arredar o pé daí. – disse Hwoarang. 
                        
                             
                        
                            Algum tempo depois, já estavam na caminhonete de Jean. Ele avisou que a viagem demoraria
                            cerca de 45 minutos e que estavam indo para a fazenda de seus pais. E enfim começou
                            a contar o que estava acontecendo. 
                        
                            – É uma longa história... O importante é que a Fênix, uma organização criminosa,
                            está atrás do meu mestre. Ele está fugindo a todo custo. E quando eu estava no torneio,
                            ouvi a Bonnie Brown, lutadora do time Punhos de Relâmpago, dizer que "já iam
                            pegar o velho para levar para a Fênix". Então tive que agir rápido, e vi vocês,
                            poderosos guerreiros. 
                        
                            – Mas o que nos espera? – perguntou Iori. 
                        
                            – Acho que alguns capangas. Eu temo pela vida dos estudantes do Mestre Xaudo
                            que estão lá. – a face de Jean se fechou. 
                        
                             
                        
                            Enquanto isso, no estádio de futebol, a multidão estava louca. Não bastasse a desistência
                            do time Punhos de Relâmpago – dando a vitória para o Time Corvos, seus oponentes
                            – e de Jean LeMonte – dando a vitória para Mace, seu oponente -, Cammy
                            também desistiu. Mas Zangief não quis ficar com a vitória, e a luta foi cancelada.
                            Ele entendeu os motivos dela, e o gigante, que ia se despedir dos ringues nessa
                            luta, deixou a despedida para uma próxima oportunidade. 
                        
                            – É marmelada essa porcaria! – ecoou um grito. 
                        
                            – Eu quero meu dinheiro de volta! – ecoou outro. 
                        
                            – CALMA, PESSOAL! – gritou o narrador. – AGORA VOCÊS TERÃO A LUTA
                            PRINCIPAL. A LUTA QUE TROUXE VOCÊS ATÉ AQUI. NO RINGUE... KANEDA E... AKUMA! 
                        
                            O público voltou a gritar. Kaneda entrou e fitou seu oponente. Akuma, muito sério,
                            apenas retribuiu o olhar ameaçador. O público queria ver sangue, e o juiz logo autorizou.
                            Akuma partiu pra cima de Kaneda com um Chute Furacão. Kaneda apenas se defendeu,
                            levando três chutes. Ele já preparava o seu Bola de Fogo Múltipla, e antes mesmo
                            de Akuma tocar o chão, ele atacou. 
                        
                            – Shinkuu... Hadouken! 
                        
                            Akuma foi atingido pelas seis bolas de fogo e jogado no chão. Kaneda se afastou,
                            ficando em posição de defesa. Akuma foi se levantando, e não ficou tão ferido assim.
                            Ele atacou Kaneda novamente, dessa vez com uma voadora. Kaneda se defendeu, e concentrou
                            seu Chi no punho direito. Akuma continuou com um soco, mas Kaneda foi mais rápido,
                            atingindo-o com seu Tameshiwari, mais conhecido no ocidente como Arte de Quebrar. 
                        
                            O golpe atingiu Akuma, que foi jogado longe. Dessa vez foi muito ferido, tendo duas
                            costelas quebradas. Kaneda sorriu. A vitória era iminente. 'Basta um Shoryuken para
                            acabar com isso', pensou. 
                        
                             
                        
                            Iori, Hwoarang e Jean finalmente tinham chegado. A fazenda tinha se transformado
                            num campo de batalha. Vários adolescente jaziam no chão com perfurações de armas
                            de fogo. Jean e Iori saltaram rapidamente do carro, mas Hwoarang se escondeu atrás
                            dele. Iori tinha uma katana numa mão e uma uzi na outra. Eram cinco bandidos. 
                        
                            – Vocês vão pagar! – gritou Jean. 
                        
                            Iori ficou pasmo ao vê-lo executando um poderoso golpe, talvez o maior segredo do
                            Majestic Crow Kung Fu. Ele agarrou seu oponente pelos ombros e saltou sobre ele.
                            Os dois ficaram de costas. O movimento continuou, e Jean foi forçando as costas
                            do oponente a se curvarem, e enfim o jogou para frente, para se chocar com os vidros
                            de sua caminhonete. Não se levantou mais. 
                        
                            – Meu Corvo da Tempestade vai acabar com vocês! 
                        
                            – Corvo da Tempestade...? – sussurrou Iori, assustado. 
                        
                            O ataque continuou. Três homens tentaram atirar em Iori, mas ele socou o chão, que
                            tremeu. Uma onda de choque os atingiu, derrubando-os. Ainda tentavam se levantar,
                            mas não tiveram tempo. A espada de Iori acabou com eles. Iori então sentiu o tiro
                            que tinha atravessado o braço esquerdo. Um deles o atingiu. 
                        
                            Um outro estava atrás de Iori, e mirou a arma na sua cabeça. Hwoarang, percebendo
                            isso, saltou sobre o bandido, acabando com ele com o seu Chute Tesoura, acertando-o
                            duas vezes. Ele ainda gritou antes de cair no chão. 
                        
                            Jean entrou correndo na casa, e Hwoarang também sentiu um ferimento. Olhou e percebeu
                            que tinha uma perfuração no braço direito. Iori se virou, e viu lá longe um capanga.
                            Um homem agonizava no chão recebendo os disparos. 'Vamos ver se seu Kung Fu funciona
                            contra isso, hahahaha', ele se divertia. Iori atirou e o atingiu no estômago. 
                        
                            – E agora? – Iori, já próximo, colocava a espada na sua jugular. –
                            Vai contar algumas coisas. 
                        
                            – Não vou não! – ele gritou, tentando apanhar a arma caída. 
                        
                            – Acho que vai sim... – Iori se divertiu ao enfiar a espada na sua mão
                            no meio do caminho. 
                        
                            – Prefiro morrer... 
                        
                            – Então vai! 
                        
                            Iori levantou a espada. Mas o homem foi mais rápido. Tirou uma pequena faca do bolso
                            e se cortou na jugular. O sangue jorrou. Ao ver que Hwoarang entrava na casa, Iori
                            também entrou. 
                        
                            – Entendo... Os estudantes deram suas vidas para acobertar a fuga do Mestre
                            Xaudo. – Jean concluia a frase. – Ah, vocês estão aí... Muito obrigado
                            por tudo, vejo que são heróis! 
                        
                            – É, mas podia arrumar uns curativos pra gente? Os heróis 'tão na pior...
                            – brincou Hwoarang. 
                        
                            – Tudo bem. Depois os levarei para a cidade. Seu amigo logo irá lutar... Se
                            é que já não está lutando! 
                        
                            – É, e a Cammy também. 
                        
                             
                        
                            E estavam lutando mesmo. Mesmo com duas costelas quebradas, Akuma miraculosamente
                            se levantava depois do Tameshiwari de Kaneda! Ele olhou para o elementalista do
                            ar. Sorriu. Kaneda, furioso, partiu com o seu Soco do Dragão. Mas Akuma era muito
                            rápido. Ele fez o mesmo. 
                        
                            – Shoryuken! 
                        
                            – Há! 
                        
                            Kaneda foi atingido. O golpe foi muito forte, derrubando-o no chão. Kaneda ainda
                            se recuperava, tentando se levantar. 'Isso acaba aqui', disse Akuma. Ele se aproximou
                            com o seu Assassino do Inferno. Kaneda foi atingido. Uma explosão se deu no local.
                            Quando a poeira se dissipou, todos puderam ver. Akuma de pé e Kaneda... nocauteado! 
                        
                             
                        
                            – Que estranho... Todo mundo está indo embora. – disse Hwoarang, ao
                            chegar na arena mais de meia hora depois. 
                        
                            – Vamos entrar e descobrir o que está acontecendo. – disse Iori. 
                        
                            – Mestre! – gritou Jhalsim, ao vê-lo. 
                        
                            – Oi garoto! – ele o abraçou. 
                        
                            – Sakura, o que houve? – perguntou Hwoarang. 
                        
                            – Kaneda perdeu... – disse ela, muito triste. 
                        
                            – Shun Goku Satsu?! – perguntou Iori, já nervoso. 
                        
                            – Sim... 
                        
                            – E o Ryu? 
                        
                            – Já foi, Hwoarang. Venham comigo. 
                        
                            Ela os levou para o centro médico, onde Kaneda repousava, muito ferido. Com certeza,
                            era uma técnica mortal. Sakura olhava para ele muito preocupada. Hwoarang a abraçou.
                            Jean resolveu se dirigir a ela. 
                        
                            – Me desculpe perguntar, mas como foi a luta dos Punhos de Relâmpago? 
                        
                            – Eles desistiram... – disse ela, já derramando algumas lágrimas. 
                        
                            – Droga, eu sabia! Eu tenho que ir. Será que posso pedir a ajuda de vocês
                            uma vez mais? 
                        
                            – Pode sim. O que houve agora? – perguntou Iori. 
                        
                            – É que vou para Roma. Meu mestre foi pra lá. Eu não quero viajar sozinho. 
                        
                            – Entendo. Vamos sim. Cuide bem dele, Sakura. – disse Hwoarang. 
                        
                            – É claro que cuidarei. 
                        
                            – Jhalsim agora vem com a gente. 
                        
                            – Tem certeza disso, Iori? 
                        
                            – Fica frio, Hwoarang. Ele é poderoso e agora deve aprender a se virar. 
                        
                             
                        
                            Algum tempo depois, já estavam no Transcontinental Railway. Linhas de vôo conectadas
                            de Bruxelas para Roma só estariam disponíveis 30 horas depois, então tiveram que
                            ir de trem mesmo. Repousavam em seu vagão depois de uma refeição. Anoitecia. Estava
                            tudo bem, até que Iori viu algo estranho no vagão ao lado. 
                        
                            – Ei, mas eu conheço aquela mulher... 
                        
                            – O que disse, senhor Iori? – perguntou Jean. 
                        
                            – Eu acho que já vi aquela mulher na janela do vagão ao lado. 
                        
                            – Quem?... Mas é a Bonnie! 
                        
                            Jean se levantou, furioso, e foi até o vagão ao lado. Não dava para ouvir nada,
                            mas pelos gestos vistos através do vidro, pôde ser percebida a discussão. Jean voltou
                            logo depois. Estava nervoso. 
                        
                            – Eles falaram pra eu tomar cuidado. Droga, eles querem o Mestre Xaudo! 
                        
                            Jean apertou o punho e bateu na pequena mesa onde estava servivo o café. Jhalsim,
                            assustado, apenas olhou para Iori. Algum tempo depois já estavam jantando. Jean
                            apenas mexia no prato. Iori também, pensativo. Hwoarang comia muito entusiasmado.
                            Jhalsim, percebendo que Iori não ia comer mesmo, decidiu não esperar mais e começou
                            a comer. Mas... 
                        
                            – Ugh! – o grito abafado soou e Hwoarang caiu no chão. 
                        
                            – O que houve? – perguntou Iori. 
                        
                            – Estou passando mal... – ele colocou as mãos na barriga. 
                        
                            – Droga! 
                        
                            Iori enfiou o dedo na garganta de Jhalsim, que rapidamente vomitou o pouco que tinha
                            comido. Jean olhou furioso para a cabine ao lado, onde Bonnie gargalhava. 
                        
                            – Como fui idiota! Mustafa conhece muito sobre venenos! – gritou Jean,
                            correndo para a cabine ao lado. Os outros três o acompanharam. 
                        
                            – É, é um veneno mesmo. E aqui está o antídoto. – disse Bonnie, respondendo
                            a pergunta de Jean. 
                        
                            – Me dá logo isso! 
                        
                            – Vamos fazer o seguinte: se nos vencerem, eu dou o antídoto. Se perderem,
                            podem dizer adeus ao seu amigo. Aceitam? 
                        
                            – Claro que sim! – disse Hwoarang. 
                        
                            – Então venham. 
                        
                             
                        
                            Passaram por vários vagões. Hwoarang se sentia um pouco fraco. Enfim chegaram num
                            vagão de carga, bem vazio, onde poderiam lutar. Iori mandou Jhalsim para perto de
                            Hércules, um ex-astro da luta livre. Bonnie, a líder, e Sanjo, um sumotori, partiram
                            pra cima de Iori. Hwoarang pegou Mustafa, o kickboxer que preparou o veneno. E Jean
                            pegou Fixer, um karateca muito habilidoso. 
                        
                             
                        
                            A luta começou. Mustafa chutou a perna de Hwoarang, deixando-a muito dolorida. Mas
                            ele se levantou no ar e o atacou com o seu Dankuukyaku. Estava furioso. Os três
                            chutes desfiguraram Mustafa. Ele não se levantou mais. 
                        
                            Iori atacou Sanjo com um Soco do Dragão, derrubando-o no chão. Bonnie partiu pra
                            cima dele com um soco, que feriu seu rosto. Jhalsim foi agarrado por Hércules, que
                            o jogou para fora do trem. Iori gritou furioso, e atacou Bonnie e Sanjo com o seu
                            Chute Furacão. Sanjo não se levantou mais. Bonnie agonizava no chão. 
                        
                            – Vocês vão pagar! – gritou Iori. 
                        
                            Então ele viu Jhalsim de volta no trem. Ele sabia se teleportar! Iori se virou,
                            e viu Bonnie ainda se levantando. Colocou a mão no seu bolso e apanhou o antídoto.
                            Se virou e viu Jean, que jogava o nocauteado Fixer em cima de umas caixas com o
                            seu Corvo da Tempestade. 
                        
                            – Toma, Hwoarang! 
                        
                            – Valeu, cara! 
                        
                            Hwoarang apanhou o antídoto e o bebeu. Em poucos segundos percebeu que já estava
                            melhorando. Bonnie se levantava. Ela fitou os quatro poderosos oponentes com um
                            olhar amedrontado. 'Agora vai conversar um pouco com a gente!', disse Hwoarang.
                            Bonnie apenas riu. Apontou para atrás deles. Hwoarang se virou e viu cinco homens.
                            Olhavam para eles. Tinham armas de laser. 
                        
                             
                        
                            – Castor, se divirta com eles! – disse Bonnie, apanhando seus quatro
                            amigos e levando-os com dificuldade. 
                        
                            Bonnie sumiu no meio do trem. Hwoarang e Jean olharam assustados. Iori sentiu Jhalsim,
                            que estava escondido atrás deles. 'Tenho uma idéia, mestre', disse ele. Iori percebeu
                            que Jhalsim não estava mais ali. Olhou para frente e viu uma mão atrás de um caixote,
                            que por sua vez estava atrás dos cinco homens. Iori sorriu. 
                        
                            Jean gritou e partiu pra cima do homem do meio, a quem Bonnie se referiu como Castor.
                            Hwoarang tinha sentido algo de errado nele. Era um Revenant! Antes que Jean pudesse
                            pegá-lo com seu Corvo da Tempestade ele o atingiu com seu laser. 
                        
                            Hwoarang chutou um de seus oponentes, nocauteando. Mas o outro atirou nele. O disparo
                            de laser atravessou seu braço. O disparo contínuo o prendeu, assim como Jean. Iori
                            também acabou com um de seus oponentes, mas o outro atirou nele. Jhalsim, esperto,
                            o atacou com uma bola de fogo. 
                        
                            Hwoarang e Jean estavam presos, mas Iori atacou Castor, acabando com ele. Como os
                            outros Revenants, se reduziu a fumaça e esqueleto. Jhalsim acabou com o inimigo
                            de Hwoarang. Iori tropeçou e caiu no chão, muito ferido. Hwoarang também. 'Vou pegar
                            Bonnie!', gritou Jean. Mas também caiu. 
                        
                            – Vá... Chamar... Ajuda...! – disse Iori para Jhalsim, o único sem ferimentos
                            graves. 
                        
                             
                        
                            Alpes, 16 de Junho 
                        
                             
                        
                            Os três finalmente acordaram. Estava mais frio que de costume. Jhalsim estava com
                            eles. O trem já estava diminuindo a velocidade. Jean olhou pela janela, e percebeu
                            que estavam chegando na estação. 
                        
                            – Droga, temos que correr! – gritou Jean, se dirigindo para a porta.
                            – O que houve? Não quer abrir... 
                        
                            Enfim o trem parou. Todos começaram a descer. E eles viram os Punhos de Relâmpago
                            saindo. Bonnie ainda se virou e mandou um beijo para eles. Iori, furioso, começou
                            a golpear a porta. Hwoarang também a chutou. Ela se quebrou. 
                        
                            Eles saíram correndo, e viram os Punhos de Relâmpago saltando num carro cheio de
                            homens atrás. Iori já estava na rua também, e parou um carro, mostrando a credencial
                            da Interpol. 'Rápido, venham!', gritou Iori para Jhalsim, Hwoarang e Jean. 
                        
                            – Deixe-me usar seu celular, por favor. – pediu Jean para Hwoarang,
                            já dentro do carro. 
                        
                            – Sem problemas. 
                        
                            – Estranho... A linha foi cortada! – gritou Jean. – Eles estão
                            sempre um passo a frente! 
                        
                            – Pra quem ligou? – perguntou o coreano. 
                        
                            – Pra academia de Bertani. É um graduado aluno do Mestre Xaudo. Queria avisar
                            que os inimigos estão indo pra lá. 
                        
                            – Nem precisa disso, garoto! – disse Iori. – Já alcancei eles.
                            Hwoarang, pega o volante! 
                        
                            – Ok! 
                        
                            O taekwondista pegou o volante. Iori apanhou sua uzi e mirou no pneu do carro inimigo.
                            Mas nesse instante eles passaram num pequeno buraco, e além de errar o tiro, derrubou
                            sua arma. Os capangas na parte de trás do carro apenas riram. 
                        
                            – Droga! 
                        
                            Eles foram fazendo uma dura perseguição pelas ruas de Roma. Por onde passavam, recebiam
                            xingamentos e derrubavam muita coisa. De repente os Punhos de Relâmpago freiaram.
                            'É aqui a academia! Freeeeieeee!', tentou avisar Jean. Mas não deu tempo. Os dois
                            carros bateram. Cerca de trinta jovens saíram da academia, e um grande italiano
                            com um brinco e um bigode também saiu. 
                        
                            – Lester! – sorriu Jean. – Esse é Lester Bertani. – falou
                            para Iori e Hwoarang. 
                        
                             
                        
                            Bonnie olhou para eles muito brava. Voltou para o carro. Ela fugiu rapidamente.
                            Do meio dos jovens saiu um velho muito debilitado. Usava uma roupa de Kung Fu. Era
                            o Mestre Xaudo. 
                        
                            Depois de abraçar Jean e agradecer a ele, ele foi falar com Hwoarang e Iori: 
                        
                            – Muito obrigado por tudo que fizeram. Mas não ficarei mais aqui. Eles voltarão,
                            com certeza. Quero ir para o Egito, onde Qebesenef, meu aluno mais hábil está. Ele
                            tem uma fortificação onde ficarei protegido. Podem me escoltar até lá? Poderei recompensá-los
                            com o Corvo da Tempestade. 
                        
                            – Não, mestre! – gritou Jean. – É perigoso! Eu acho que eles...
                            Trabalham para a Fênix. 
                        
                            – O quê? Eu vou te matar, seu moleque! – gritou Iori. 
                        
                            – Calma, Iori! Olha, Jean, você nos procura, o ajudamos, nos ferimos por isso
                            e você vem suspeitar de nós? 
                        
                            – Mas como explica a Fênix estar sempre um passo a frente? – indagou
                            o jovem. 
                        
                            – Eu não sei. Mas se nós trabalhamos mesmo para a Fênix, por que eu teria
                            comido o jantar envenenado? E por que os capangas teriam nos ferido mortalmente
                            com lasers? 
                        
                            – ... Tem razão... – ele abaixou a cabeça. – Me desculpem, por
                            favor. É que fiquei paranóico com isso. 
                        
                            – Por favor, desculpem Jean. Ele é muito jovem. – disse Xaudo. 
                        
                            – Humf! – Iori se virou. 
                        
                            – Tudo bem, Xaudo. Nós escoltaremos vocês. Não é, Iori? 
                        
                            – Sim... 
                        
                            Já no avião, Jean finalmente dormia, agora mais calmo. Jhalsim fazia o mesmo. Xaudo
                            olhou para Iori e Hwoarang, que pareciam esperar algo dele. Eles continuaram olhando
                            para o velho mestre, que os chamou com um sinal com a mão: 
                        
                            – Eu disse que ensinarei o Corvo da Tempestade para vocês, meus jovens, e
                            o farei. Mas só poderei fazê-lo para o melhor de vocês. 
                        
                            – Melhor? Interessante... – Hwoarang olhou para Iori. 
                        
                            – Acho que já entenderam. – o velho sorriu. 
                        
                            Hwoarang e Iori se olharam. O Hakushu jogou sua espada no chão. Iori avançou com
                            um Chute Furacão. Hwoarang apenas se defendeu. Iori tentou chutá-lo, mas o Dankuukyaku
                            de Hwoarang foi rápido demais. Após bloquear ele seguiu com o golpe com muita destreza,
                            resultado de muito treinamento. Iori caiu no chão depois dos três chutes. 
                        
                            – Pensei que tivesse treinado, Iori... – o coreano sorriu. 
                        
                            – Aaarrrggghhh, você vai ver! 
                        
                            Iori se levantou. Hwoarang decidiu terminar tudo com um chute duplo. Estranhamente
                            Iori se defendeu do ataque. O coreano continuou com seu Chute Tesoura, mas dessa
                            vez o Chute Furacão de Iori foi perfeito. Após cinco chutes, o coreano caiu. 
                        
                            – Eu treinei! – disse Iori. 
                        
                            Hwoarang levantou e sorriu. Os dois estavam muito feridos. 'Você não é um oponente
                            para mim!', falou Hwoarang. Se levantou no ar e chutou Iori com o seu Chute Tesoura.
                            o primeiro chute o atingiu na face, e o segundo no peito. O grito de Iori saiu expulsando
                            o ar de seus pulmões. Não se levantou mais. 
                        
                            – Pelo visto, não foi o bastante. 
                        
                            – Ficarei muito honrado em te treinar, jovem Hwoarang. – disse Xaudo. 
                        
                             
                        
                            Chegaram no Egito durante a noite. Tiveram que dormir num hotel empoeirado e frio.
                            Com o amanhecer conseguiram arrumar transporte para o lugar onde ficava Gamal Qebesenef.
                            Foram de helicóptero. O piloto era Rashid, um egípcio que não parava de falar. 
                        
                            Enfim chegaram. O que deveria ser uma mansão na verdade era um grande forte militar.
                            Cerca de vinte soldados vigiavam do lado de fora dos muros de 4,5 metros. Uma construção
                            se erguia no centro. Após a identificação foram recebidos por um homem alto e forte,
                            vestindo um traje militar cheio de condecorações. 
                        
                            – Olá, Mestre Xaudo. – disse ele, curvando-se. – O senhor e seus
                            amigos são bem vindos aqui. 
                        
                            – Obrigado, Gamal. 
                        
                            Foram acompanhando-o. Xaudo parecia triste. Na verdade, nunca imaginou que isso
                            fosse um forte militar. O que Gamal estaria pretendendo? A grande porta se abriu
                            e entraram. Ela se fechou. As luzes se acenderam e... 
                        
                             
                        
                            – Muito bem, Fênix! Você tinha mesmo razão! – disse Bonnie Brown. 
                        
                            Iori e Hwoarang se viraram e viram vinte soldados apontando as armas para eles.
                            Junto com os soldados estavam os Punhos de Relâmpago – com exceção de Mustafa.
                            Gamal riu para eles. 'Isso mesmo, Mestre Xaudo, eu sou a Fênix!'. Jean parecia furioso. 
                        
                            – O quer de mim, Gamal? – perguntou Xaudo. 
                        
                            – Eu quero o Corvo da Tempestade. Não quis me ensiná-lo no passado, mas preciso
                            dele. Somente com um golpe forte assim poderei liderar uma nova e poderosa Shadaloo.
                            Os homens só dão a vida por líderes poderosos; é assim que o mundo gira. Então vai
                            me ensinar esse golpe ou... – já agarrava o mestre pela gola. 
                        
                            – Ou o quê? Vai me matar? Então faça. É melhor que meus segredos morram pra
                            sempre do que cairem nas mãos de homens como você! 
                        
                            – Mata ele! Mata ele! – gritava Bonnie. 
                        
                            – Calaboca! Velho idiota...! – Gamal o jogou no chão. – Tem razão...
                            Não posso matá-lo depois do que fiz para trazê-lo até aqui. Bem, te darei uma hora
                            para decidir. Homens! Levem os amigos dele para as catacumbas. – virou-se
                            para Xaudo. – Se em uma hora não perceber que é melhor me ensinar esse golpe,
                            eu os executarei. E lhe asseguro que escolherei as mais dolorosas mortes! 
                        
                            Em poucos segundos Iori, Jean, Hwoarang e o menino Jhalsim foram jogados numa pequena
                            sala. De repente, o chão se inclinou e caíram num aposento inferior. O chão voltou
                            ao normal e se transformou no que agora era o seu teto. 
                        
                            Estavam numa sala redonda. Uma porta metálica moderna fechava a única saída. 'E
                            agora?', perguntou Jhalsim, desesperado. Iori e Hwoarang nem responderam. Com poucos
                            golpes derrubaram a porta. 
                        
                            – Bah! Achou que nos seguraria com isso... – resmungou Iori. 
                        
                            – Mas será que é melhor entrarmos aqui? – perguntou Hwoarang. 
                        
                            – E se não tiver saída? – completou Jean. 
                        
                            – Mas é melhor do que ficarmos esperando pela morte! – gritou o jovem
                            Jhalsim. 
                        
                            – Chega! Calem a boca! Vamos, venham por aqui. – disse Iori. 
                        
                            – Tem certeza que sabe o que está fazendo? – ainda perguntou Hwoarang,
                            antes de partirem. 
                        
                            Iori sabia. Algo dentro dele parecia dizer o caminho. Foram andando. As catacumbas
                            eram escuras. De repente, percebeu algo. Estava desmoronando em cima deles! Rapidamente
                            os quatro saltaram para trás. Uma pedra ainda atingiu a perna de Jhalsim, ferindo-o
                            levemente. 
                        
                            – Iori, isso parece perigoso. 
                        
                            – Será que pelo menos uma vez na vida não pode parar de discordar de mim,
                            Hwoarang?! 
                        
                            – Não 'tá mais aqui quem falou! 
                        
                            Continuaram. De repente, o caminho se dividiu em três. 'E agora, Sr. sabe-tudo?',
                            ironizou o coreano. 'Vamos pelo meio.', respondeu Iori. A voz ainda soava em sua
                            mente. E estava certa. Se livrou de um caminho inacabado e de um poço de escorpiões.
                            Continuaram andando. 
                        
                            – Vem pra cá, Jhalsim! – gritou Iori. 
                        
                            Lâminas saíram da parede. Mais uma armadilha. Por pouco não foram pegos. Começaram
                            a discutir sobre como seguir agora que as lâminas tinham ficado no meio do caminho.
                            Iori apenas ficava em silêncio. Ele procurava a voz, que não lhe falava mais nada.
                            Então, dando um susto em todos, as lâminas voltaram para suas posições originais. 
                        
                            Eles continuaram pelo longo corredor. Enfim viram mais uma bifurcação. Ou seguiam
                            pelo caminho, ou viravam para a esquerda. Todos ficaram esperando Iori se pronunciar.
                            Não disse nada. 'Bem, parece que ele está perdido... Então vamos para a esquerda!',
                            disse Hwoarang. 
                        
                            Ninguém parecia querer contrariar. Todos temiam palpitar e errar. Tudo foi ficando
                            mais escuro. De repente, começou a ficar claro novamente. E viram uma escada. Tinham
                            saído. 
                        
                            – Pô, Iori, vai limpar, hein! – brincou o taekwondista. 
                        
                            – Vocês têm sorte. Isso também faz parte quando se trata de heróis. –
                            disse Jean. 
                        
                            – Ei, mas e essa fumaça verde? 
                        
                             
                        
                            Estavam numa sala circular. Quatro estátuas egípcias a adornavam. A fumaça foi avançando.
                            'Não se preocupe, mestre, dá para respirar!', falou o jovem Jhalsim, depois de se
                            arriscar. Iori ia brigar com ele, mas, afinal, só era uma criança. Logo se perderam
                            no meio da fumaça. 
                        
                            – Que bom te encontrar aqui, Iori. E quem é o garoto? Ah, é o filho de Jhalsim... 
                        
                            – Quem é? – perguntou Iori. 
                        
                            – Mestre, ele matou meu pai! – gritou Jhalsim. 
                        
                            Iori se virou e viu Ryuji. Mas como? Estava morto! Jhalsim saltou sobre ele. Ryuji,
                            já com a espada sacada, o acertou com incrível rapidez. O garoto foi ferido mortalmente.
                            Não se mexeu mais. Iori, furioso, atacou seu inimigo. 
                        
                            Enquanto isso, Hwoarang enfrentava M. Bison. Ele também não entendia como seu oponente
                            estava vivo. Mas foi atacado árduamente. Hwoarang já agonizava em dois ou três golpes. 
                        
                            – Ei, mas tem algo errado aqui! – disse Iori, ao ver Hwoarang e Jean
                            lutarem sozinhos. Olhou e viu que não havia Ryuji algum. – Droga, eu sabia!
                            Ei, Hwoarang, Jean, é uma ilusão! 
                        
                            – O quê? – Hwoarang se virou e não viu mais M. Bison. – É verdade...
                            Iori tem razão! 
                        
                            Os três saíram correndo da câmara, e Iori com Jhalsim no colo. Caíram em outro aposento.
                            Após alguns segundos, Jhalsim recobrou a consciência e percebeu que não tinha ferimento
                            algum. Eles se viram na sala inicial, onde tinham sido rendidos. 
                        
                            – Era um gás alucinógeno. 
                        
                            – Interessante. Mas olha só onde estamos! – mostrou Hwoarang. 
                        
                            – Minha espada! – Iori avistou a arma que lhe havia sido tirada jogada
                            num canto. 
                        
                            – Eles estão lá fora. É a hora de atacarmos. – disse Jean, observando
                            pela fechadura. – Estão distraídos. 
                        
                            – Espere um momento. – disse Hwoarang, apanhando o celular que estava
                            com a espada de Iori. – Alô... Cammy?... Oi, amor, tudo bem?... Não tenho
                            tempo para falar agora, mas estamos na base da Fênix... O quê? Estava atrás dele?...
                            Nossa, nem me disse nada, hein!... 'Tá, que seja... Já rastreou a ligação?... Ok...
                            Venha logo, pois são muitos soldados... Beijo... Boa sorte também! 
                        
                            – Pediu ajuda? 
                        
                            – É, Jean, já estão perto. 
                        
                            – E então, vamos? – perguntou Iori. 
                        
                            – Espere aí, mestre, olha só o que eu achei! 
                        
                            Jhalsim apontou para uma sala com a porta entreaberta. Exibia muitas armas de guerra,
                            e um jipe. Hwoarang sorriu. 'Eu dirijo!', ele disse. Saltaram no carro. Arrebentaram
                            a porta de madeira, já saindo no jardim, onde Qebesenef parecia fazer um culto religioso
                            com os seus quarenta soldados. 
                        
                             
                        
                            – O quê?! Como se atrevem a interromper um culto para os deuses? Bonnie, acabe
                            com eles! – gritou Fênix. 
                        
                            – Chegou a hora de agirmos, pessoal! 
                        
                            Ela e Fixer saltaram sobre Hwoarang, enquanto Sanjo e Hércules foram pra cima de
                            Iori. Eles se aproximaram muito, e Iori usou um Chute Furacão. Eles foram atingidos
                            inúmeras vezes. Sanjo não se levantou mais. Hwoarang atacou Fixer com um Chute Voador,
                            subindo aos ares e jogando-o longe. Agora eram dois contra dois. 
                        
                            Jhalsim continuou no jipe, oculto, tremendo de medo. Jean, com muita bravura, nem
                            ligou para os soldados e partiu para perto do Mestre Xaudo, para salvá-lo. Eles
                            se abraçaram. Os soldados, pasmos com a surra que os Punhos de Relâmpago levavam,
                            ficaram apenas olhando. Iori terminou com Hércules com um Soco do Dragão. Hwoarang
                            se virou para Bonnie, que apontava um laser para ele. 
                        
                            – Isso acaba agora, cowboy! 
                        
                            – Oh não! 
                        
                            O raio cortou o ar e atingiu seu alvo na cabeça, matando-o instantaneamente. Mas
                            o alvo não era Hwoarang. Antes que Bonnie pudesse atirar, Fênix sacou um laser e
                            atirou nela, matando-a. Ele se aproximou de Hwoarang. A essa altura o helicóptero
                            do M-12 já tinha chegado, e os soldados estavam bem ocupados. 
                        
                            – Agora nós lutaremos! – disse Fênix, quebrando a arma laser com um
                            pisão. – Deuses, me dêem sua força para eu acabar com os intrusos!!! 
                        
                            – Nem os deuses poderão te salvar! 
                        
                            Hwoarang acertou-o com um chute duplo. Fênix rapidamente contra-atacou com uma rasteira,
                            derrubando-o. Hwoarang se levantou e Fênix tentou agarrá-lo. Mas o coreano, preparado,
                            saltou para trás. 
                        
                            Dessa vez preparou um Chute Tesoura. Mas Fênix, com passadas largas, se afastou
                            muito dele. Hwoarang saltou sobre ele, para atingí-lo com o último e mais forte
                            chute de seu Dankuukyaku. Mas Fênix o agarrou. Colocou a mão na sua face e começou
                            a apertar seus olhos. Os gritos abafados de dor de Hwoarang ecoavam. 
                        
                            – E agora, grande taekwondista? Hahahahaha! 
                        
                            – Eu não deixarei isso acontecer! – gritou Xaudo. 
                        
                            Ele saltou sobre Qebesenef, agarrando-o e jogando-o longe com o seu Corvo da Tempestade.
                            Xaudo já estava velho, e o ataque não foi forte o bastante. Hwoarang ainda se recuperava.
                            Cammy, já vitoriosa da batalha, chegou correndo e o abraçou. 
                        
                            – Você está bem...? 
                        
                            – C-cammy...? Acho que não estou tão bem assim, hehe... – ele sorriu. 
                        
                            – Agora vai pagar pela intromissão, seu velho! – gritou Fênix. 
                        
                            – Se quiser atacá-lo, vai ter que acabar comigo primeiro! – falou Jean,
                            ficando em seu caminho. 
                        
                            – E comigo também! – disse Iori. 
                        
                            – E comigo! – disse Jhalsim, já fora do jipe. Iori sorriu, olhando para
                            ele. 
                        
                            – Não vai poder acabar com ninguém. Está preso! 
                        
                            Fênix se virou e viu sete agentes do M-12 apontando armas de fogo para ele. Eram
                            fuzis, pistolas pesadas e uzis. Muito furioso, ele levantou os braços. 'Vocês ainda
                            vão pagar por isso! Todos vocês!', ele gritou, ao ser levado para o helicóptero. 
                        
                            – Mestre Xaudo? 
                        
                            – Sim, Iori. 
                        
                            – É... Bem... Será que o senhor poderia treinar Jhalsim? 
                        
                            – Por que me pede isso? – Xaudo se virou para ele. 
                        
                            – É que ele será o guardião do templo de Dhalsim, e creio que o senhor o treinará
                            muito bem. Muito melhor que eu. 
                        
                            – Eu até posso treiná-lo, mas só se Hwoarang desistir. 
                        
                            – Pode treiná-lo então, Mestre Xaudo. – disse Hwoarang, se aproximando
                            apoiado em Cammy. 
                        
                            – ... 
                        
                            – O garoto merece muito mais do que eu. E, além disso, quero treinar sozinho.
                            Vou trilhar meu próprio caminho. – ele abraçou Cammy. 
                        
                             
                        
                            Algum tempo depois, Hwoarang e Iori se despediam no aeroporto: 
                        
                            – Até que foi bom trabalhar com você, Hwoarang. 
                        
                            – Digo o mesmo... A melhor parte foi te derrotar! – ele riu. 
                        
                            – Ah, vai te f... 
                        
                             
                        
                            Japão, Zona Rural, 17 de Março de 1995 
                        
                             
                        
                            Como em todos os dias, Kaneda treinava arduamente. Esperava ficar mais forte que
                            Akuma, para recuperar o seu título. Ryu tinha saído pelo mundo numa nova jornada,
                            e Chun Li tinha voltado para Pequim. Sakura ainda dormia. Pelo menos assim ele pensava... 
                        
                            – Kaneda? 
                        
                            – Sakura! Pensei que ainda estivesse dormindo. 
                        
                            – Não... Kaneda, eu quero me despedir. 
                        
                            – O quê?! Como assim? 
                        
                            – É quê... Tenho que resolver uns problemas em Tóquio, e quero rever meus
                            pais também. Entende? Fui até a cidade e telefonei para a minha mãe. Ela me convidou
                            e adorei a idéia. 
                        
                            – Mas nem falou comigo antes... Nem pelo menos me avisou... 
                        
                            – Me desculpe, Kaneda... – ela passou a mão no seu rosto. – Mas
                            só são seis meses. E vê se me liga de vez em quando, heim! – ela o beijou
                            e se foi. 
                        
                             
                        
                            Sakura sumiu tão rápido quanto costumava tomar decisões. Mas tinha algo errado.
                            Kaneda não conseguia engolir essa história. O que a garotinha estaria tramando?
                            Kaneda nem conseguiu treinar mais. Foi pego de surpresa. E ela, já na cidade, falava
                            sozinha. 
                        
                            – Só tem um jeito de vencê-lo. Eu aprenderei a técnica e o vencerei para você,
                            Kaneda! Você será vingado. Eu juro! |